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Deitou-se sobre aquela asa
Arrastou-se de um lado para outro
Fez daquelas penas sua morada, sua pele
Enrolou-se, aconchegou-se
Quieta, tranqüila
Até a manhã seguinte
 
Desperta, ergueu-se de supetão
Tentou livrar-se daquela c-asa
Tarde... ela já colara em suas costas
Bem na lateral esquerda
Sorrindo
Movimentava-se num abrir e fechar
Delicado, vagaroso
 
Sacolejou, puxou, gritou...
Tentou livrar-se da intrusa
Não conseguiu liberdade
Calada
Recolheu suas penas
Esperando pela metamorfose
Completa

2 comentários:

  1. HISTÓRIA SEM FIM

    Água eletricidade aminoácidos
    Relâmpagos luminosos
    Trovões retumbantes
    Tempestade

    Pequena pulga
    Saltos cósmicos
    Tardigrada passos lentos
    Urso d’água

    Livro estórias
    Dragão cachorro
    Portal gêmeo mortal
    Universo em desencanto

    Do consumidor tempo a doença
    Casulo da resignação queima
    Sagrada taturana borboleta

    Buraco negro
    Escuro corpo
    A pele clara

    quarando ao sol

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  2. Não discuto

    não discuto
    com o destino
    o que pintar
    eu assino

    Paulo Leminski

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