Indivíduos ou um conto sobre angústia.

Tinham o peito preenchido pela ausência. A selva que cercava suas casas também cresciam em galhos nos  pensamentos. Eram, naturalmente, felizes (ou deveriam ser) já que possuíam a mais rica tecnologia para se comunicarem - eram lindas mercadorias com as mais diferentes luzes e botões. Acreditavam no poder  como resultado dos anos trabalhados em esforços. Possivelmente alguém (em tantos) vingaria, assim poderia distribuir em bondades e caridades o que os outros necessitavam para se manterem vivos durante os dias que voavam com o tempo.

(O tempo, velho ingrato que teima em voar, insiste em perpetuar a ausência, aquela mesma que preenche os peitos.)

Se encontram, toda semana, em grupos de crenças para satisfazerem o doce prazer da relação.

São loucos por novas técnicas para adiar a velhice. Alguns mergulham em fagulhas ilícitas para a fuga (da dureza) dos fatos.

Com os olhares naturalizados já não saltam mais.

Assim seguem: adorando imagens, se divertindo, obedecendo regras, correndo contra o tempo, vigiando uns aos outros.

Mas a angústia... ai, a angústia infinda!

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